Entrevista ao Fundador

Entrevista

Emanuel Sabino - CEO

“Cada cliente é um caso.”

O que está na génese da Fabri?
Eu já estava na área das cozinhas há 12 anos. Nessa altura, se uma pessoa quisesse uma cozinha de qualidade e com design tinha de ir para cozinhas importadas. E até pela minha formação na área do design, vi que era uma oportunidade para começar a criar cozinhas de qualidade, com design.

Nestes 31 anos, a Fabri diversificou a produção. Em 1983 era esta a ambição?
Começámos com as cozinhas e numa determinada altura percebemos que também era importante o móvel de casa de banho, assim como o roupeiro. Quando entramos num projeto podemos fornecer a cozinha, móveis de casa de banho e roupeiros. O sonho era esse: ir crescendo sustentadamente, cada vez com mais qualidade e design.

O investimento numa unidade fabril própria é um fator diferenciador?
Na fábrica que criámos houve um investimento muito grande em máquinas de alta tecnologia e em pessoal especializado, para podermos fazer o tal produto de qualidade e de design exclusivo. O sucesso não tardou porque os clientes perceberam que produzíamos algo diferente daquilo que na altura era feito em Portugal.

O design continua a ser a principal estratégia da Fabri?
Sem dúvida. É um design pessoal e único, um design que é o nosso. Foi importante a entrada da designer Inês Sabino na Fabri. Evoluiu-se bastante em termos de criatividade e design. Ela veio dar uma mais-valia à marca a nível de inovação e criação. Temos de dar oportunidade aos jovens, pois eles trazem um novo fôlego.

A Fabri entrou no mercado da África do Sul. A conjuntura económica acabou por ser uma alavanca para a internacionalização?
Foi um pouco isso. Teve de se pensar tudo na altura. Viveu-se uma fase complicada em termos de mercado. Mas nós conseguimos manter uma base sólida, apesar da crise no setor da construção, porque houve algo de que nunca abdicámos: o cliente particular. Cada cliente é um caso, a quem fazemos perguntas, percebemos as necessidades e o que ele gosta. E depois também surgiu uma possibilidade na África do Sul. Vimos que era um mercado promissor e fomos para lá com a nosso produto e filosofia. O público percebe que temos qualidade, design e exclusividade, e tem sido um êxito.

Que objetivos definiu a Fabri para os próximos anos?
Crescer cada vez mais. Sempre a pensar no cliente e nas suas necessidades, para que este fique satisfeito com o nosso trabalho. Crescer também no mercado internacional. Temos trabalhado um pouco para quase todos os cantos do mundo. No princípio isto não estava nos nossos objetivos, mas foi com o crescimento sustentado que começámos a ver que tínhamos possibilidades de exportar e até dignificar o nosso país como fabricantes. Considero isso muito importante.